Quem quiser saborear a história e os aspectos culturais de Macau, a melhor opção é caminhar pelas suas ruas e vielas, em busca de traços de épocas passadas. O que lhe propomos hoje é uma viagem ao longo dos traços vivenciais legados por Gao Jianfu, um conhecido pintor que viveu uma curta temporada em Macau e que nos permitirá ter uma retrospectiva do desenvolvimento da história das artes em Macau.

As zonas antigas de Macau possuem muitas ruas cheias de história e ricas de herança cultural. Antigamente, muitas delas contavam com fiadas de lojas diversas, que criavam um ambiente deveras animado. Hoje em dia, tanto os turistas, como os residentes locais, que queiram saborear este ambiente de outros tempos, podem dar um passeio ao longo destas artérias antigas demorando o olhar nas típicas lojas de outrora para perceberem a origem e a evolução da cultura popular local e das tradições ainda praticadas por alguns lojistas.

A família Lou Kau foi uma das famílias chinesas mais notáveis da história de Macau. A mansão de família e o seu jardim paisagístico foram bem preservados até aos dias de hoje: a primeira faz parte do Centro Histórico de Macau e o segundo continua aberto ao público, que bem os pode desfrutar. Quem quiser conhecer a história da família Lou Kau, a melhor maneira de o fazer é visitar os monumentos históricos associados a essa família e ver por si próprio o que se passou com eles ao longo dos tempos, pois são testemunhas das vicissitudes históricas de Macau.

A história da Vila da Taipa há mais de 200 anos. Uma história antiga e rica que, até hoje, ainda conserva muito da fisonomia cultural do início do século passado. Existem muitas relíquias culturais guardadas nos templos da Taipa que merecem ser conhecidas por todos os cidadãos. Através do percurso dos templos da Taipa,  pode-se passear e encontrar vestígios históricos, sentindo-se a diversidade religiosa popular da ilha.

A Povoação de Mong-Há, também conhecida por Povoação de Vong-Há, era a maior das oito aldeias que havia antigamente na península de Macau, tendo sido fundada no longínquo ano de 1386, durante o reinado do imperador Hongwu da dinastia Ming, segundo documentação existente. Diz a tradição que o nome de “Mong-Há” quererá dizer “mirando a cidade de Xiamen ao longe”. Na sua época áurea, a aldeia contava com mais de 130 ruas e vielas, e estendia-se pela zona onde hoje estão a Rua de Francisco Xavier Pereira, Rua da Madre Terezina, Avenida do Coronel Mesquita, Avenida do Ouvidor Arriaga, Travessa do Pano, Travessa do Búzio e Beco do Caracol.
Os dizeres do par de dísticos gravados na porta do salão ancestral do Clã Ho da Povoação de Mong-Há indicam que a maior parte dos seus habitantes eram oriundos da cidade de Xiamen, na província de Fujian. A aldeia contava com mais de 500 habitações, sendo os clãs mais populosos Chiu, Ho, Shum, Vong e Hui, que contavam com os seus próprios salões ancestrais. No entanto, o clã dominante e mais populoso era o Ho. O itinerário deste passeio turístico guiará os visitantes pela antiga Povoação de Mong-Há, mostrando a sua evolução ao longo da história.

A ilha de Coloane contém a maior parte das formações rochosas de Macau, e algumas delas apresentam formas bizarras que são bem conhecidas. Estas formações naturais, de aspecto variado com algumas a sugerir a forma de animais, estão intimamente associadas à história, lendas e costume da ilha de Coloane. Além de constituírem uma parte característica da admirável paisagem de Macau, estão bem vivas na memória colectiva das gentes e explicam até a origem de vários costumes típicos da ilha. Os Formações Rochosas no litoral sul de Coloane é o primeiro itinerário de visita destas rochas especiais. Os visitantes iniciam o seu passeio no Morro de Hac Sá, do lado sudoeste da Baía de Hac Sá, seguindo pela Costa Dourada, Baíade Cheoc Van, Lago Profundo Lou Dou (Largo Profundo do Pândano Austrosinense) e Estrada da Aldeia até chegar ao Largo Tam Kong Miu. Este passeio pelo litoral de Coloane proporciona aos visitantes um panorama de curiosíssimas rochas esculpidas pela natureza.

A exemplo da própria cidade, os jardins e parques públicos de Macau também denotam uma notável combinação de influências culturais. Dentre os espaços verdes onde a população passa momentos de lazer e descontracção, alguns têm um design ocidental e outros seguem a disposição tradicional chinesa de pátio interior, mas ambos conferem a Macau uma paisagem urbana única, epítome da confluência de culturas oriental e ocidental.

Após se estabelecerem em Macau, os portugueses começaram a construir fortificações e estruturas de defesa por toda a cidade, incluindo uma muralha à volta da ‘cidade cristã’ e várias fortalezas. Estas seculares estruturas militares, túneis e fortificações, bem como o armamento e a formação militar dos soldados estacionados em Macau, foram modernizados com o advento da revolução industrial e da era moderna. E assim foi criado o Clube Militar bem como um museu de temática militar. Ao longo dos séculos, Macau foi sendo equipado com várias instalações militares, que são pouco conhecidas dos leigos, pois os assuntos militares sempre foram tratados com natural sigilo. Mas hoje podemos iniciar uma visita que nos vai revelar os segredos por detrás destas velhas instalações militares.

O Porto Interior já foi o centro nevrálgico do comércio de Macau com o exterior e desempenhou um importante papel no desenvolvimento urbano da cidade. A sua localização era, antigamente, entre a chamada Baía Norte e a Baía Rasa. Na actividade “Paisagens do Porto Interior” da série “Encontro Fortuito • Litoral Marinho”, os participantes, à medida que percorrem um itinerário bem planeado, poderão perceber as vicissitudes históricas de Macau ao longo dos séculos, além de apreciar belos cenários, incluindo os edifícios antigos mais característicos da área do porto.